sábado, 17 de julho de 2010

Bruno Magalhães vence Sata Rali dos Açores


Alfred Hitchcock não teria conseguido escrever um guião mais emocionante e inesperado para o dia final do SATA Rali dos Açores. Depois de ter visto a liderança fugir-lhe devido a problemas mecânicos no seu Peugeot 207 S2000 ao início da tarde, Bruno Magalhães contou com uma pequena ajuda da sorte para vencer - com inteira justiça - a prova açoriana.

Foi um final de prova impróprio para cardíacos e ficará para a história do Intercontinental Rally Challenge (IRC) e dos ralis como um dos finais mais emocionantes. Depois de liderar grande parte da prova na primeira e na segunda etapa, o dia final do rali contou com uma primeira surpresa quando Bruno Magalhães viu o seu Peugeot 207 S2000 apresentar problemas ao nível da caixa de velocidades, perdendo quase 20 segundos para Juho Hanninen, que vinha a atacar no seu Skoda.

Mas a sorte hoje não quis nada com a Skoda. Primeiro, Juho Hanninen teve um furo no seu Skoda na penúltima especial e caiu para quarto, perdendo uma vitória que era quase certa. Jan Kopecký aproveitou, então, para ascender ao comando, beneficiando ainda de algum tempo perdido por Magalhães atrás do vagaroso Skoda de Hanninen. À entrada da derradeira e decisiva especial eram 6,4 segundos que separavam os dois primeiros.

Bruno Magalhães partiu ao ataque na última especial, tentando passar o piloto checo, ganhando-lhe cerca de quatro segundos até ao ponto intermédio. Mas Kopecký não evitou uma saída de estrada na derradeira especial e entregou o triunfo ao piloto português. "É incrível, um grande obrigado ao público, esta vitória é para eles. Foi impressionante ver toda a gente de braços no ar a apoiar-me. Um obrigado também à minha equipa. Nós merecíamos esta vitória", afirmou o piloto bastante emocionado depois de terminar a prova.

Para a dupla lusa Bruno e Carlos Magalhães, houve ainda tempo para um último contratempo antes da derradeira especial, quando um furo demorou um minuto a ser resolvido.

No meio de tanta confusão de última hora, o pouco inspirado Kris Meeke acabou por ascender ao segundo posto, salvando assim um fim de semana que esteve longe de ser ideal, sendo seguido no pódio por Juho Hanninen, no melhor dos Skoda. Quanto a Jan Kopecký, o checo saiu de estrada a cerca de três quilómetros do final, embora sem consequências físicas para os ocupantes. Mas o drama também se estendeu a Andreas Mikkelsen, que no último troço acabou por ficar sem direção assistida. No meio da poeira, e de forma a não atrapalhar a luta pela vitória, já que Kopecký vinha logo atrás de si, Mikkelsen decidiu parar e esperar que o Skoda passasse, o que não veio a acontecer. Apesar disso, Mikkelsen finaliza em quarto.



Grande prestação foi a de Ricardo Moura, com o piloto açoriano a terminar a prova caseira no quinto posto, ao volante do seu Mitsubishi Lancer Evo IX, conseguindo ser o segundo melhor português e, também, o melhor do Agrupamento de Produção. Pedro Vale ficou com o sexto posto, à frente de Vitor Pascoal, Sérgio Silva e Bernardo Sousa. O piloto do Ford Fiesta S2000 terminou as duas últimas especiais em ritmo lento, devido a uma suspensão danificada, acabando por tirar algum partido com a boa velocidade que havia adotado nos troços antes para minimizar os danos em termos de classificação geral.




CLASSIFICAÇÃO
1º Bruno Magalhães - Peugeot 207 S2000 2h34m00,4s
2º Kris Meeke - Peugeot 207 S2000 a 1m00,1s
3º Juho Hanninen - Skoda Fabia S2000 a 1m20,7s
4º Andreas Mikkelsen - Ford Fiesta S2000 a 4m45,6s
5º Ricardo Moura - Mitsubishi Lancer Evo IX a 5m22,0s
6º Vitor Pascoal - Peugeot 207 S2000 a 8m58,7s
7º Pedro Vale - Mitsubishi Lancer Evo VII a 10m55,3s
8º Sérgio Silva - Subaru Impreza WRX a 12m54,5s

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