segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O sétimo de LOEB
Sébastien Loeb venceu o Rali de França e confirmou há pouco o seu sétimo título mundial de Ralis, aumentando dessa forma um recorde que já era seu. Por falar em recordes, esta é a 60ª vitória do francês no WRC.
Depois da prestação modesta no Japão, todos pensavam que o francês tinha apontado as suas baterias para o Rali de França, que se realizou na sua terra natal, na zona de Estrasburgo, e assim foi. Aí não deu grandes hipóteses à concorrência.
Cedo construiu uma margem de 40 segundos e a meio do rali já geria a sua vantagem no sentido de assegurar o seu grande objetivo: vencer em casa: "É verdadeiramente especial vencer aqui e assegurar o sétimo título em Haguenau. Vencer aqui era o melhor que me podia acontecer este ano" disse Loeb, que nasceu há 36 anos nesta mesma cidade dos Alpes.
Dani Sordo foi segundo, enquanto Sébastien Ogier (Citroen Junior), o único que poderia impedir Loeb de festejar já o título, desistiu no segundo dia de prova, pelo que foi Petter Solberg a completar o pódio, ganhando a batalha a Jari-Matti Latvala (Ford), o quarto. No PWRC os concorrentes ainda não terminaram a sua prova.
O melhor piloto de Ralis de sempre?
Em 11 anos de carreira no Campeonato do Mundo de Ralis, Sébastien Loeb só por três vezes não chegou ao topo da pirâmide. A matemática é um forte argumento para o classificar como o melhor piloto de ralis de todos os tempos. Mas há sempre resistentes. "Ah...nos anos 80, os troços tinham 40 quilómetros, os super Grupo B 600 cavalos, não havia ajudas eletrónicas e havia muitos mais Walter(s) Röhrl e Markku(s) Alen, blá blá blá, blá blá blá...". Sim. É difícil estabelecer comparações com outras épocas.
Mas não falarão os números por si? Nunca nenhum piloto conseguiu mais do que quatro campeonatos consecutivos e Loeb já vai no sétimo. Com esta vitória 'dobrou' os triunfos do segundo piloto mais vitorioso de sempre (Marcus Gronholm), que tem 30 vitórias! Em pouco mais de uma década, o piloto da Citroën Racing bateu todos os grandes vultos de duas gerações de pilotos, desde Makinen a Burns, passando por Solberg, Gronholm, Hirvonen e agora o próximo D. Sebastião...Ogier. E para quem argumentar que dispunha de um carro superior, Loeb também tem resposta à altura: e então Sainz e McRae que lutaram com um Xsara igual e foram inapelavelmente batidos?
As evidências, falam por si. E agora um novo desafio...chama-se... Loeb ou, se quisermos, por outras palavras, superar-se a si mesmo, tendo como meta os seus próprios recordes, arriscando-se com tamanha hegemonia em dar um tiro no próprio pé ou seja, em ajudar à morte lenta da própria disciplina. Não estivessem previstas a curto prazo, mudanças radicais no WRC, nomeadamente, com a entrada em cena da segunda geração dos World Rally Car, teoricamente, mais equilibrados, e, portanto, obrigando a outro tipo de provas, e poder-se-ia dizer que Loeb nada mais tinha a provar. Mas ele ainda aí está para o ano, pelo que vamos poder ver como é em carros teoricamente mais equilibrados. Caso Ogier cresça, solberg continue motivado para vencer, e Hirvonen e Latvala ganhem nova motivação com o Fiesta WRC temos todos os condimentos para um WRC 2011 fabuloso...
Armindo Araújo e Miguel Ramalho conquistaram em França a terceira vitória do ano no PWRC e ficaram a um pequeno passo de conseguirem revalidar o título de Campeões do Mundo de Ralis Produção.
Com o pleno alcançado nas duas provas em pisos de asfalto (Alemanha e França), a dupla portuguesa cumpriu a inteiramente os objetivos traçados e partem para o ultimo rali da temporada (Gales Rali GB) com uma vantagem de 18 pontos sobre Patrik Flodin, o único piloto com hipóteses matemáticas de lutar pelo cetro.
Na Alsácia, num rali muito difícil, Armindo Araújo evidenciou uma vez mais todas as suas credenciais e liderou da primeira à última etapa, deixando toda a concorrência a uma margem muito significativa. Um resultado que o piloto de Santo Tirso afirma ser fruto "do excelente trabalho realizado pela equipa antes das duas provas em asfalto. Chegamos à Alemanha e França muito competitivos e provamos isso mesmo com as vitórias que alcançamos. O Mitsubishi Lancer Evo X esteve ao mais alto nível e foi um ótimo aliado", começou por dizer o Campeão do Mundo.
Apesar de ter ultrapassado sem grandes adversidades quase todas as especiais do Rali de França, o piloto tirsense acabou por sofrer um enorme susto na derradeira classificativa, quando ficou sem travões logo na primeira curva. "Arrancamos no último troço e quando toquei no pedal percebi que tínhamos ficado sem o sistema de travagem. A especial era pequena e conseguimos chegar até à assistência apesar das dificuldades. É nestas situações que percebemos que a sorte ajuda sempre um pouco. Desta vez fomos felizes", sublinhou o atual líder do PWRC.
A conquista do bicampeonato está agora pendente de um sexto lugar na derradeira prova, caso obviamente Patrik Flodin vença na Grã-Bretanha, uma situação que não sendo de todo uma enorme exigência não permite baixar os braços. "É verdade que a nossa vantagem é excelente mas falta ainda uma prova. Como ficou visível aqui, é sempre preciso esperar pelo último metro para confirmarmos os resultados. Estamos muito motivados e confiantes mas vamos trabalhar e preparar o rali com a máxima preocupação. Obviamente que o nosso pensamento estará exclusivamente centrado na conquista do titulo", concluiu o piloto.
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º Sebastien Loeb – Citroen C4 WRC 3h05m49,3ss
2º Daniel Sordo – Citroen C4 WRC a 35,7s
3º Petter Solberg – Citroen C4 WRC a 1m16,8s
4º Jari Matti Latvala – Ford Focus WRC a 1m29,3s
5º Mikko Hirvonen – Ford Focus WRC a 2m43,8s
6º Sebastien Ogier – Citroen C4 WRC a 11m55,9s
7º Frederico Villagra – Ford Focus WRC a 14m15,4s
8º Mathew Wilson – Ford Focus WRC a 14m26,9s
9º Hening Solberg – Ford Fiesta S2000 a 16m48,9s
10º Patrick Sandell – Skoda Fabia S2000 a 17m12,3s
...
13ª Armindo Araújo – Mitsubishi Lancer Evo X a 22m58,8s
32º Bernardo Sousa – Ford Fiesta S2000 a 36m57,8s
Nuno Barroso Pereira – Subaru Impreza WRX Abandonou