sábado, 23 de janeiro de 2010
Fiesta S2000 vence na estreia em Monte Carlo
Mikko Hirvonen venceu o Rali de Monte Carlo na estreia do Ford Fiesta S2000. Bruno Magalhães foi sétimo, e o segundo melhor português de sempre na prova monegasca.
Mais do que a vitória de Mikko Hirvonen, o grande destaque vai inteirinho para o Ford Fiesta S2000, que vence o mítico Monte Carlo na estreia competitiva. Se os homens da M-Sport não têm mãos a medir com os 20 carros já encomendados, que têm vindo a construir, com esta vitória bem podem alargar a fábrica...
Foi chegar, ver e vencer, numa proeza notável, já que depois de tantos problemas com o motor nos testes de preparação para a prova, a M-Sport parece ter encontrado o caminho, preparando um carro que não deu qualquer sinal de maleita, mesmo tendo de andar sempre a fundo, na luta pela vitória. Curiosamente, o mesmo não se passou com o segundo Fiesta S2000, que ficou pelo caminho logo no segundo troço com problemas de motor...
Hirvonen puxou os 'galões'
É verdade que aos comandos do carro inglês estava nada mais nada menos que o único piloto que consegue, actualmente, bater o pé a Sébastien Loeb. Mikko Hirvonen! O piloto finlandês liderou desde a primeira especial, e com mais ou menos dificuldades, fruto das condições sempre inconstantes das estradas ao redor do Mónaco, venceu sem contestação, já que sempre que foi 'apertado' soube responder aos ataques dos seus adversários, voltando a dilatar a liderança, nos três dias de prova. O melhor exemplo do 'kit de unhas' que este Fiesta S2000 teve no Mónaco, e que tão cedo não se deverá ver nos pilotos que o vão guiar no futuro, está o francês J. F. Maurin, que aos comandos do segundo Fiesta S2000, levou 'só' um minuto na primeira especial.
O 'outro' Sébastien...
Foi pena a desistência de Sébastien Ogier, que merecia pelo menos o pódio. O piloto francês bem pode 'agradecer' aos seus compatriotas 'idiotas' que atiraram neve para a estrada - como ficou provado através de um vídeo do youtube - perdeu mais de dois minutos e meio, e no último dia de prova chegou ao segundo posto a menos de 50 segundos do líder.
Juho Hanninen foi segundo, realizando aqui uma boa operação em termos de campeonato, já que Hirvonen vai disputar o WRC. O piloto finlandês perdeu claramente o duelo com Ogier, e viu o segundo lugar cair-lhe do céu. De qualquer forma, um bom resultado em Monte Carlo num tipo de piso que não é claramente o seu. Na terra outro 'galo' cantará. Destaque para a Skoda, que coloca dois carros no pódio e cinco no top 10. Notável!
Quase só 'deu' Skoda...
Nicolas Vouilloz foi terceiro, e teve uma boa estreia com o Skoda Fabia S2000, 'dizendo' aos responsáveis da marca checa que podem contar com ele para mais provas. Na posição seguinte ficou classificado Stéphane Sarrazin, que voltou a fazer uma 'perninha' na sua prova de eleição. Realizou uma boa exibição, sendo que o resultado é claramente marcado pela saída de estrada no segundo dia de prova. Quando não se enganou nos pneus teve sempre andamento para andar na frente.
Jan Kopecky, noutro Skoda oficial, foi quinto, um resultado condicionado pelos dois furos logo no primeiro dia. A partir daí foi sempre a recuperar, mas a classificação final só foi possível devido às desistências à sua frente. Sexto posto para Guy Wilks, que acabou por beneficiar das condições das duas últimas especiais, para manter Bruno Magalhães atrás de si. Na estreia do Skoda Fabia S2000 da Peugeot UK, o piloto inglês mostrou que só na terra poderá andar ao nível dos homens da frente.
Segunda melhor luso de sempre
Bruno Magalhães foi sétimo, e alcançou em Monte Carlo a segunda melhor classificação de sempre para um piloto português. A melhor foi conseguida em 1951 pelo Conde Jorge Monte Real, que na altura teve como navegador Manuel Palma, aos comandos de um Ford 100CV, totalmente de origem, foi segundo da geral. Depois disso vários portugueses foram a Monte Carlo, sendo que as melhores classificações foram conseguidas por Rui Madeira (Mitsubishi Lancer) e Adruzilo Lopes (Peugeot 306 Maxi), que foram 12º, respectivamente em 1995 e 1998.
O piloto português realizou uma prova cautelosa, passou todas as dificuldades, e ainda pôde divertir-se ao tentar ir atrás de Guy Wilks nas derradeiras especiais. Aí realizou o seu 'mini' Monte Carlo, e ficou a perceber a diferença entre a sorte de escolher bem ou não. Perdeu muito no Turini para Kopecky, e já não conseguiu recuperar uma diferença de sete segundos ao inglês no derradeiro troço, que lhe aparentemente mais favorável. Afinal as condições não eram bem as esperadas: "Bienvenue au Monte Carlo, Brunô..."
Ficou a experiência acumulada, na certeza que sai de Monte Carlo mais 'piloto', pois agora os horizontes de Bruno Magalhães no que a dificuldades de uma prova diz respeito, alargaram-se imenso. Venha a próxima, na certeza que veremos o piloto português a rodar ao nível dos homens da frente. E este é o ano de vencer no IRC. Qual vai ser a prova?
Regressou o 'mítico' Monte!
Nota final para o magnífico Monte Carlo que o ACM colocou de pé. Afinal, e apesar dos adeptos dos ralis terem lamentado a saída da prova do WRC, os organizadores franceses sabiam bem o que estavam a fazer e venceram em toda a linha já que a prova monegasca foi fantástica, teve uma cobertura televisiva sem paralelo na história dos ralis, num cenário absolutamente maravilhoso para a prática deste desporto.
Tendo em conta que as regras do WRC não o permitiam, o ACM fez uma prova sem a 'camisa de forças' habitual dos regulamentos do WRC até 2009, e levou os pilotos até ao Burzet, St. Bonnet le Froid e Turini, só para falar das mais conhecidas. Basicaente fez o mesmo que o ACP faria se levasse o Rali de Portugal para Sintra, Arganil e Fafe...
1 (2) HIRVONEN Mikko Ford Fiesta S2000 4:32:58,5
2 (5) HANNINEN Juho Skoda Fabia S2000 + 01:51,4
3 (7) VOUILLOZ Nicolas Skoda Fabia S2000 + 03:19,1
4 (6) SARRAZIN Stéphane Peugeot 207 S2000 + 07:25,5
5 (3) KOPECKY Jan Skoda Fabia S2000 + 08:48,7
6 (10) WILKS Guy Skoda Fabia S2000 + 09:24,5
7 (9) MAGALHAES Bruno Peugeot 207 S2000 + 09:45,4
8 (16( VIGION Jean-Sébastien Peugeot 207 S2000 + 13:33,5